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POETRY NEVER DIES




No efêmero, o verbo desata

Os nós que o tempo produz,

E as letras refletem, em nós, a vida,

Sem rascunho, na medida incerta

De cada emoção aberta ao sonho...


E, de súbito, um sinal de alerta ecoa

Pelas infinitas linhas da imaginação,

Rabiscando versos à toa

Entre os dias que já se vão,

Como ondas metafísicas

De serenidade...


Ah, se eu pudesse me transformar numa letra,

Numa palavra de luz vagando a esmo,

Sem rumo, sem corpo, sem limitação,

Sem fome, sem nome, nem contas, mesmo,

Pra pagar na vida, ou na morte (ou na imprevisão),

Eu não teria mais qualquer medo,

Não teria dívidas, nem dúvidas, nem desperdícios,

Só teria a infinita arte de transmitir um segredo

Que consiste em viver pela eternidade...


Pois sempre morrem as matérias físicas,

Morrem os ídolos e os templos, bem ou mal,

Mas, como a própria arte, a poesia

É metafísica, transcendente e imortal.


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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 09/11/2010
Alterado em 09/11/2010
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