ENCONTRE-ME
ENCONTRE-ME
por Juliana S. Valis
Uma parte de mim já foi
Encontrar o fim da ilusão,
E hoje me permito vagar
Entre as ondas do mar, que vão
Delimitar as fronteiras de qualquer sentido...
Agora já não há barreiras entre a razão e o sonho,
E tudo que me proponho é mergulhar no infinito,
E flutuar pelas lápides do inconsciente,
E ouvir, tão mudo, o seu grito
Ecoando, assim, no labirinto da mente,
Como um pássaro que se vai, aflito,
Voar pelos céus de qualquer verdade !
Encontre-me, aqui, suavidade do tempo,
Encontre-me no exato momento em que a vida
Reconstruir, na alma, o fragmento
De uma luz que aponta a melhor saída !
Sim, encontre-me no desencontro,
Encontre a chave de um mistério sem porta,
Na parede abstrata de um contraponto,
E todo riso que essa vida exorta,
No impreciso tempo de noites frias,
Será o escudo que o amor comporta
Contra a célere rispidez dos dias !
Encontre-me, de vez, encontre
O sentido substancial de todos os sentidos,
Enquanto a incerteza oscila, bem ou mal, sem calma,
Em todos os versos que não foram lidos,
Encontre a força que sustenta a alma,
No limiar dos sonhos, novos ou antigos,
Encontre o sentimento que, no fundo, acalma,
O próprio mundo entre nós perdidos.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 08/11/2010
Alterado em 22/11/2010