VOE HUMANAMENTE
Juliana S. Valis


Voe humanamente na dúvida célere que se move,

Reconheça, então, na mente, um enigma qualquer;

Veja que ninguém é melhor, como esse tempo que escolhe

Uma leve mensagem do que a vida é, ou não é !


Sim, sopre seus amores pelo vento que lhe sopra,

Sopre o sentimento que ultrapasse o infinito,

E escute um breve grito no impasse de uma obra,

Como se o instante anterior fosse amável e aflito...


E ressalte o amor inerente que a alma revela,

Mas não se perca nas ilusões dos sonhos que se perdem,

Como se tudo fosse um resumo da brevíssima tela

Que é nossa vida, enquanto os momentos nos medem...


Sim, venha logo voar nos ventos de uma vã surpresa,

Antes que a correnteza da vida um dia lhe açoite,

Deixando apenas pra trás qualquer alegria ou tristeza,

Quando a verdade pergunta: irei de dia e de noite ?


Ah, deite-se humanamente na dúvida que se deita,

Reconheça, então, na mente, um enigma qualquer;

Veja que ninguém é melhor, como a breve suspeita

De uma leve mensagem do que a vida é, ou não é !


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