LUMINOSO REVEILLON
Juliana S. Valis


Todos os dias poderiam ser novos

Como a luz irreversível da verdade;

Todos os séculos e todos os povos

São manifestações da própria humanidade,

Caminhando rumo à incerteza do tempo !


Assim, todos os dias de todos os anos

Misturam-se em páginas da humana História,

Com tantos excessos, erros, desenganos,

Com tantos enigmas, entre o lixo e a glória

Que a felicidade nos pede sempre novos planos,

Nos futuros anos de uma razão simplória...


E o coração humano, nessa história, como fica ?

Náufrago, em si mesmo, ou na ilha da ilusão ?

Será que a alma mesmo na dor nos edifica ?

Será que o tempo vai sem calma por paixão ?


Não, não se trata só de contar o tempo !

Trata-se de como encaramos o que é bom

E de como tratamos o mais profundo sentimento

Na superfície de um luminoso reveillon,

Que se vai, tão rápido, como o vento,

Entre luzes e fogos, entre a vida e o som...


Ah, veja o reveillon de todos os anos,

O que mudou na festa ou nas bebidas ?

Estamos saboreando deliciosos enganos ?

Estamos melhorando nossas próprias vidas ?

Podemos ter tantos e tantos planos,

Mas encontramos ilusões, ou procuramos saídas ?