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PESADELO REMOTO
PESADELO REMOTO
Remotas nuvens de sonho habitam seu cérebro
E você tropeça a cada caco de vida que ficou pelo chão,
Seu sorriso já não tem a espontaneidade mórbida dos bêbados
E o seu olhar nem sequer possui a transparência indelével
Das lágrimas que vão...
Você se olha de cima a baixo,
E se esconde de si !
Sua alma é tão opaca
Quanto o concreto do muro
De uma mente infeliz ?
O deserto que está à sua frente
Já atravessou o seu destino
E você contempla suas próprias pegadas
Esculpidas na areia;
Sua voz ecoa
Antes mesmo que você grite,
E seu suor escorre
Antes mesmo que você se canse,
E alcance o controle remoto da televisão,
No pesadelo remoto sem explicação nem saída,
Enquanto seu sangue morno de ser humano
Borbulha, corre, circula e ferve
Até que você, de fato, acorde.
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 07/12/2008
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