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POEMA MENOR
POEMA MENOR
Juliana S. Valis


Não exija muito, amigo, este é um poema menor:

Ele não é como um poema de Goethe ou de Camões,

Nem é como um poema de Shakespeare ou Rimbaud,

Que tem séculos de existência e de emoções,

Que já fizeram tiveram a arte reconhecida em seu favor...


Por isso, peço paciência, estes versos são menores,

Provavelmente cantados numa melodia em dó menor,

Não são como os versos de Fernando Pessoa ou de Castro Alves,

Que já são maduros na literatura, densa e melhor...


Pois bem, este poema menor furta letras no desengano,

E rouba metáforas, idéias e pensamentos entre as estrelas,

Para simplesmente fazer provas medíocres e passar de ano,

Como se os mestres não fossem, nunca mesmo, lê-las !


Ah, este poema menor faz arte que ninguém redime,

Furtando figuras de linguagem de um simples vendaval;

Mas, como o "menor" não comete por nossa lei um "crime",

Este poema adolescente foi julgado por "ato infracional",

Internado numa instituição de reabilitação, in fine,

Enquanto lia Nietzsche, Para Além do Bem e do Mal...


Talvez um dia, este poema menor não cometa tantos enganos,

Se for maior, um dia, pode até se tornar muito engraçado;

Mas, agora, este poema acabou de completar 17 anos,

E seus planos repercutem liricamente no seu passado !

Sei que, um dia, ele vai crescer: Grew up, stupid little poem !

Grew  up !

Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 13/11/2008
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