AMIZADES DÍSPARES
Juliana S. Valis


Muitas vezes, não sabemos em quem confiar,

Não sabemos, ao certo, o que as pessoas são,

De longe ou de perto, em qualquer lugar,

Muitos amigos se perdem nessa confusão...


E os antigos momentos de alegrias vãs,

Que se vão no tempo, mas ficam na memória,

Como resquícios de um sentimento perdido nas manhãs,

Voltam como o vento nessa humana história !


Se nos perdermos no labirinto de toda incerteza,

Olharemos as pessoas sempre com desconfiança,

E convidaremos algum amigo para sentar-se `a mesa ?

Convidaremos alguém que o amor alcança ?


É difícil, eu sei, quando olhamos amizades antigas

Que se perderam na inconstância de algum conflito,

Ou de um imprevisto, de um acontecimento aflito,

Que o tempo transforma em lembranças inimigas...


Mas, de qualquer modo, quando a vida clama,

Além das amizades díspares e das relações frustradas,

Nossos corações se aquecem numa chama

Que ilumina a alma, em nossas imprevisíveis jornadas.