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O FAMOSO NINGUÉM
O FAMOSO NINGUÉM
Juliana S. Valis



Ninguém passa pela vida, do começo ao fim, incólume;

Ninguém sabe todas as respostas de todas as perguntas possíveis,

Ninguém é o máximo em todos os aspectos da vida,

Ninguém calcula o quanto custa amar sem medida,

Ninguém tem a fórmula exata da eterna felicidade,

E ninguém pode tudo contra o medo que invade !



Ah, ninguém é tão perfeito quanto um grito mudo,

Ninguém é sempre forte, alegre, belo e sortudo,

Ninguém é tão rico que compre a verdade,

Quando a alma decai pela falácia da tarde !


E sem calma, quando ninguém vê

O abismo infinito que o tempo ecoa,

Todo dinheiro, toda beleza e toda fama

Tornam-se apenas restos de uma vida que "foi" boa,

Sem saída, no labirinto da rapidez humana !


E ninguém autografa os retratos da mente,

Ninguém faz do tempo o sucesso infinito,

Entre a luta e a paz que se vão, de repente,

Na mesmice fugaz do capital inaudito !



Mas ninguém é perfeito, nessa humana verdade,

Ninguém é prefeito de hipóteses de lugar nenhum;

Ninguém é o supra-sumo da celebridade,

Sem certeza e sem rumo, como qualquer um !


E ninguém tem sempre a mesma sorte,

Como um sol que brilha sem medida,

Porque ninguém escapa da morte,

Ninguém só usufrui dos prazeres da vida...


Pois, bem ou mal, a vida é um mistério profundo,

Que se desenrola no âmago das emoções que nos vêm !

E, enfim, quem é o melhor ser humano do mundo ?

Ah, simplesmente: esse famoso " Ninguém ".
Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 23/08/2008
Alterado em 23/08/2008
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