OLHE PARA A PAZ
Juliana s. valis



Olhe para a paz com a qual você desmascara

O perigo das verdades indigestas;

Contemple o sonho quando ninguém pára

O som da vida nas festas

Que o tempo constantemente prepara...



E não faça da mente um abismo,

Não seja, no caos, o vazio,

Não se prenda ao mal consumismo,

Nem se renda ao delírio mais frio

Do mundo, em seu rico cinismo,

Do corpo, em seu pobre alvedrio !



Olhe apenas a realidade da gente:

Pequenas letras de lágrima e riso,

Escrevendo no tempo impreciso

Um sentimento qualquer, de repente,

Quando a vida, na dor sem aviso,

Quer saída no amor e na mente.