AMOR INSIGNE
O que será da alma sem o amor insigne ?
No sol que acalma o tempo, nada se decifra,
E tudo se transforma no céu que nos consigne
Parcas esperanças, véu da mesma cifra
Ou acorde intrínseco às músicas de sonho...
O que será da vida sem amor loquaz ?
No âmago da lida, desenhada aqui,
Numa só estrada que conduz à paz,
Êxtase de um sol que nos fará sorrir ?
Ali, na alma, tudo não se mede...
Pois não se mede, assim, o amor que brada,
Além da dor, na estrada que o universo cede,
Estes medíocres versos entre tudo e nada,
Sonho sempre mudo que o tempo mesmo pede,
A esmo, assim, no limiar da alma...
Haverá sentido muito além de nós ?
Bem ou mal, fortuito interno aos sentimentos,
Como sonhos simples, ternamente sós,
Voando, céleres, ao furor dos ventos,
Rumo ao próprio amor, no verso mais veloz,
Universo atroz de humanos turbulentos...
Ah, insanos êxtases de corações loquazes,
Sempre tão mordazes, emoções em planos,
Que a vida cede aos versos tão vorazes
E tão profícuos quando, enfim, amamos,
Assim, nos dias sempre à flor da pele,
Neste labirinto de encontro e desengano,
Que a vida incita, que o amor impele,
Em prol da alma, nesse "ser" humano.
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Juliana Silva Valis
Enviado por Juliana Silva Valis em 24/06/2008